MEMÓRIAS SOLTAS DE UM EX-COMBATENTE 13
ERA MAIS UMA OPERAÇÃO
Era mais uma operação na Serra de Mucaba, como sempre o destino era segredo, não nos podia-mos dar ao luxo de saber de ante mão para onde e o que íamos fazer, só o Alferes que comandava o grupo de combate, e possivelmente o Furriel, o sabiam.
O quartel era aberto devido a não haver na Vila de Mucaba serviços de saúde civis, era a tropa, Médico e Enfermeiros, que prestavam esses serviços, então havia muitos olhos e ouvidos que parecendo que não, poderiam estar atentos.
Os Unimogs mais conhecidos por burros de mato, deixaram-nos na última Sanzala mais próxima da mata por onde iríamos desaparecer pelo menos por uns quatro ou cinco dias, foi a altura de saber qual era o objectivo.
Um voo de reconhecimento da Força Aérea, detectou o que poderia ser um acampamento inimigo, o nosso objectivo seria destruir esse mesmo acampamento, ao fim de dois dias a caminhar por sítios já nossos conhecidos, fomos encontrar uma cubata que parecia abandonada. Destruído o objectivo, estávamos de regresso, quando sentimos passos no trilho, tomados os devidos cuidados preparou-se uma emboscada para o que se pensava seria um grupo inimigo.
A espera foi curta, o nosso inimigo era um negro com uns dois metros de altura e com o ar de louco mais pacífico do mundo, mas naquelas matas um tipo sozinho dá para desconfiar, fez-se um interrogatório, o “prisioneiro” pouco falava, estava era cheio de medo, chegou-se à conclusão que realmente ele estava sozinho, como já lhe tínhamos destruído a casa, levamo-lo connosco o único nome que disse foi Zé, chamava-se Zé, e estava ali escondido desde o tempo das “ macas “ o começo da guerra, 1961.
Chegados ao quartel, e depois de várias investigações, e de o Zé ficar de “ quarentena “ uns tempos, chegou-se à conclusão que o Zé era apenas um pobre diabo sem identificação sem família conhecida, e que só sabia que se chamava Zé e com tantos anos de mato sozinho estava cacimbado. O Zé ficou no quartel, dormia onde calhava e comia do rancho ajudava aqui e ali, e foi o meu mestre a tirar Matacanhas, coisa que era preciso uma certa mestria.
Para quem não sabe, a Matacanha ou pulga penetrante, é um pequeno parasita que há em África, que penetra na pele normalmente nos pés, fecha-se num saco e vai pondo ovos, como se fosse um casulo, chegando a atingir o tamanho de um pequeno berlinde. Para ser tirado não se pode rebentar o saco, caso contrário passado pouco tempo irá haver no pé da pessoa centenas de sacos cheios de ovos. Então a pele tinha que ser cortada, com um canivete bem afiado ou um bisturi, à volta do saco que só esta preso por fora, e tirar o saco inteirinho, isso eu aprendi com o ZÈ
Era mais uma operação na Serra de Mucaba, como sempre o destino era segredo, não nos podia-mos dar ao luxo de saber de ante mão para onde e o que íamos fazer, só o Alferes que comandava o grupo de combate, e possivelmente o Furriel, o sabiam.
O quartel era aberto devido a não haver na Vila de Mucaba serviços de saúde civis, era a tropa, Médico e Enfermeiros, que prestavam esses serviços, então havia muitos olhos e ouvidos que parecendo que não, poderiam estar atentos.
Os Unimogs mais conhecidos por burros de mato, deixaram-nos na última Sanzala mais próxima da mata por onde iríamos desaparecer pelo menos por uns quatro ou cinco dias, foi a altura de saber qual era o objectivo.
Um voo de reconhecimento da Força Aérea, detectou o que poderia ser um acampamento inimigo, o nosso objectivo seria destruir esse mesmo acampamento, ao fim de dois dias a caminhar por sítios já nossos conhecidos, fomos encontrar uma cubata que parecia abandonada. Destruído o objectivo, estávamos de regresso, quando sentimos passos no trilho, tomados os devidos cuidados preparou-se uma emboscada para o que se pensava seria um grupo inimigo.
A espera foi curta, o nosso inimigo era um negro com uns dois metros de altura e com o ar de louco mais pacífico do mundo, mas naquelas matas um tipo sozinho dá para desconfiar, fez-se um interrogatório, o “prisioneiro” pouco falava, estava era cheio de medo, chegou-se à conclusão que realmente ele estava sozinho, como já lhe tínhamos destruído a casa, levamo-lo connosco o único nome que disse foi Zé, chamava-se Zé, e estava ali escondido desde o tempo das “ macas “ o começo da guerra, 1961.
Chegados ao quartel, e depois de várias investigações, e de o Zé ficar de “ quarentena “ uns tempos, chegou-se à conclusão que o Zé era apenas um pobre diabo sem identificação sem família conhecida, e que só sabia que se chamava Zé e com tantos anos de mato sozinho estava cacimbado. O Zé ficou no quartel, dormia onde calhava e comia do rancho ajudava aqui e ali, e foi o meu mestre a tirar Matacanhas, coisa que era preciso uma certa mestria.
Para quem não sabe, a Matacanha ou pulga penetrante, é um pequeno parasita que há em África, que penetra na pele normalmente nos pés, fecha-se num saco e vai pondo ovos, como se fosse um casulo, chegando a atingir o tamanho de um pequeno berlinde. Para ser tirado não se pode rebentar o saco, caso contrário passado pouco tempo irá haver no pé da pessoa centenas de sacos cheios de ovos. Então a pele tinha que ser cortada, com um canivete bem afiado ou um bisturi, à volta do saco que só esta preso por fora, e tirar o saco inteirinho, isso eu aprendi com o ZÈ
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