MEMÓRIAS SOLTAS DE UM EX-COMBATENTE 6
A VIAGEM
A viagem no Império decorria normalmente, eu tinha umas horas que tinha que estar na enfermaria o resto do tempo passava-o como queria, houve no entanto, várias peripécias durante a viagem que nos ficam na memória, uma noite houve um princípio de incêndio na casa das máquinas, o qual passou despercebido praticamente a todos, eu só fiquei sabendo o que se estava a passar porque estava na enfermaria e começou a haver um movimento anormal na enfermaria da tripulação, um com queimaduras parciais num braço, outro semi-intoxicado pelo fumo, etc. e o alarme foi dado por outro navio que se cruzou com nosso e que viram que da chaminé principal já saiam labaredas.
O fogo foi extinto, e sem mais problemas prosseguimos a viagem. Até que mais ou menos a meio do tempo, apareceu-me na enfermaria um soldado com cólicas abdominais, que não cediam aos analgésicos nem aos anti-espasmódicos, chamei o médico de serviço o qual diagnosticou uma apendicite aguda, um caso grave que possivelmente requeria uma evacuação urgente do doente. Aqui surge um problema, o navio estava a um dia do Brasil, mas o doente não podia esperar um dia isso iria comprometer êxito da operação, a evacuação de helicóptero era problemática pois este teria que vir de Cabo Verde ou da Guiné e punha-se em causa a autonomia de voo incluindo o tempo de preparação de aproximação ao navio e depois as condições para içar o doente para o heli, e depois o transporte neste meio não era o mais indicado para a situação.
Por acaso da sorte no navio seguia também uma equipa de cirurgiões que iam de visita ao Hospital militar de Luanda, reuniram-se com o médico de serviço e com o médico de bordo, durante várias horas, e chegaram a conclusão o melhor para o doente seria fazer o intervenção no próprio navio, embora revestida também de algum perigo, eu como era o enfermeiro de serviço, fiquei mais gelado que uma pedra do dito quando me disseram que tinha que dar assistência na operação, pois eu nunca tinha assistido a uma coisa dessas, e creio que nenhum dos enfermeiros que estavam a bordo o tinha feito, nem mesmo os furriéis. Safou-me mais uma vez o enfermeiro de bordo que se ofereceu para dar assistência aos médicos na intervenção cirúrgica.
Por acaso da sorte no navio seguia também uma equipa de cirurgiões que iam de visita ao Hospital militar de Luanda, reuniram-se com o médico de serviço e com o médico de bordo, durante várias horas, e chegaram a conclusão o melhor para o doente seria fazer o intervenção no próprio navio, embora revestida também de algum perigo, eu como era o enfermeiro de serviço, fiquei mais gelado que uma pedra do dito quando me disseram que tinha que dar assistência na operação, pois eu nunca tinha assistido a uma coisa dessas, e creio que nenhum dos enfermeiros que estavam a bordo o tinha feito, nem mesmo os furriéis. Safou-me mais uma vez o enfermeiro de bordo que se ofereceu para dar assistência aos médicos na intervenção cirúrgica.
Cerca das 20 horas pararam as máquinas do navio para não haver a trepidação normal naquele tipo de embarcação, e cerca das 22 horas o doente já estava operado na enfermaria militar, depois foi só cuidar dele até chegar a Luanda, quando o navio atracou já estava à espera uma ambulância do Hospital Militar foi só transporta-lo para a ambulância e foi acabar a convalescença no Hospital Militar de Luanda, nunca mais soube nada dele penso que ficou bem, hoje decorridos mais de 30anos, não sei
1 Comments:
Tal como disse no outro blogue este então é só procurares entre TAAAAAAAAAAAAAAAANTOS que lá estiveram... mas tens que te dar a conhecer...
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